Uma manhã no Castelo de Bragança

Se me segues pelas redes sociais, deves ter reparado que no mês passado, fui dar um passeio e fazer um pouco de turismo com a minha família para celebrar o aniversário do meu pai. O destino foi surpresa até ao fim, mas a verdade é que acabamos por visitar Bragança e Mirandela, o que, apesar do frio, provou ser um passeio fabuloso e tão divertido que foi fácil esquecer o frio e me divertir.

Localizado no distrito de Bragança, o Castelo de Bragança é um dos mais importantes e preservados castelo portugueses. E tal como eu te disse, das suas muralhas a paisagem é fabulosa permitindo avistar as serras de Montesinho, de Sanabria, Rebordões e de Nogueira.

Em meados do século X, à época do repovoamento da região de Guimarães pelo conde Hermenegildo Gonçalves e sua esposa Mumadona Dias, os domínios de Bragança tinham como senhor, um irmão de Ermenegildo, o conde Paio Gonçalves. Posteriormente, o senhorio passou para a posse de um ramo da família Mendes.

Considera-se que, nesse período, por razões de defesa, a povoação tivesse sido transferida para o atual sítio, reaproveitando-se os materiais na construção das novas residências e de um castelo para a defesa das gentes.
Fontes mais seguras, referem que, pela importância de sua posição estratégica sobre a raia com a Galiza, em 1187 recebeu Carta de Foral de D. Sancho I. Os conflitos entre este soberano e o rei D. Afonso IX de Leão levaram a que esta região fosse invadida pelas forças leonesas (1199) até à reação do soberano português.
Durante o reinado de D. Dinis, determinou-se que seria erguido um segundo perímetro de muralhas, o que veio comprovar a prosperidade do povoado. Já o seu sucessor, D. Afonso IV ao subir ao trono, confiscou os bens de seu irmão ilegítimo, D. Afonso Sanches, que então residia na vila de Albuquerque. Defendendo os seus interesses, D. Afonso Sanches declarou guerra ao soberano e invadiu Portugal pela fronteira de Bragança, matando pessoas, saqueando bens e destruindo propriedades. A paz seria acordada, com dificuldade, pela viúva de D. Dinis, a Rainha Santa Isabel.

Anos mais tarde, durante o reinado de D. Fernando, o castelo e as respetivas muralhas, receberam obras de beneficiação. Tendo este soberano se envolvido na disputa sucessória de Castela, Bragança foi cercada e conquistada pelas tropas castelhanas, retornando à posse portuguesa apenas mediante a assinatura do Tratado de Alcoutim.

O casamento de D. Afonso (1° Conde de Bragança), filho bastardo de D. João I, com D. Beatriz, filha de D. Nuno Álvares Pereira, inaugurou a Casa de Bragança. É desse período a construção da imponente torre de menagem, estando as obras concluídas por volta de 1439, no reinado de seu sucessor, D. Duarte. D. Afonso V  elevou a vila de Bragança à condição de cidade.

Durante a crise de sucessão de 1580, Bragança tomou partido por D. António, Prior do Crato. No século XVII, ao se encerrar o período da Dinastia Filipina, quando da Guerra da Restauração da independência portuguesa, a cerca do antigo castelo perdeu diversas ameias, devido à instalação de peças de artilharia no espaço dos adarves.

O castelo de Bragança, conta com uma planta ovalada, e  foi erguido a 700 metros acima do nível do mar. é constituído por uma cerca ameada com um perímetro de 660 metros, reforçada por quinze cubelos. Os panos de muralhas, com espessura média de dois metros, envolvem o núcleo histórico da cidade, ocupando uma área de cerca de três hectares, e delimitam-lhe quatro espaços, orientados por dois eixos viários, cujo principal é a antiga rua da Cidadela.
A principal porta de Santo António, em arco de volta perfeita, entre dois torreões, é defendida por uma barbacã, na qual se situa a Porta da Vila, em arco ogival. No interior, na praça de armas, é possível observar as adaptações dos acessos e as plataformas destinadas à artilharia.

E tu já visitaste o Castelo de Bragança? O que mais gostaste de conhecer sobre este local?

 

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