sábado, 19 de janeiro de 2019

Tinha tudo para correr mal (19º Capítulo)

Tal como prometido hoje vão ficar a saber como é que a Eduarda e Ana se conheceram, estão curiosos?
Espero que estejam a gostar da história, e estejam curiosos com que vai acontecer a seguir, até porque ando aqui a pensar em algumas reviravoltas, por isso deixo já uma dica, estejam atentos à entrelinhas.

"Apesar de atualmente nos darmos todos muito bem a verdade é que durante anos eu e a Ana éramos uma espécie de arqui-inimigas, não que tivéssemos motivos para tal, simplesmente não gostávamos uma da outra. De qualquer forma eu e ela já estudávamos juntas na mesma turma à mais de cinco anos quando a ironia do destino nos uniu. 

Algures em 2004

Sentei-me a fumar o meu cigarro num dos bancos da escola enquanto esperava pelo Artur, não conseguia acreditar no azar que tinha tido quando o professor de sociologia escolheu a Ana para meu par no trabalho final. 
Quer dizer até compreendo, o trabalho é sobre as diferenças, e sobre compreender e conhecer melhor os outros, por isso ele teve o genial cuidado de agrupar os elementos que são mais diferentes entre si, mas a Ana... Quer dizer, eu sou banana no meio das maças, podia fazer este trabalho com qualquer outra pessoa, mas ele escolheu a Ana!
- Desculpa incomodar... - Disse a Ana aproximando-se de mim já abanando os braços para afastar o fumo do cigarro, apesar de não estar suficientemente perto para isso. - Sei que não somos as melhores amigas, aliás nunca nos demos bem, mas ambas precisamos desta nota para a média final, por isso vamos fazer um esforço.
- Na boa! - Respondo, ainda estou a tentar acreditar que estou a ter um sonho muito esquisito ou uma alucinação muito fora do comum. - Preciso desta nota para entrar na faculdade, por isso acredita que não tenho interesse em em te sabotar.
- Boa! - Disse ela abanado a cabeça cheia de cabelos loiros bem penteados. - Vamos aproveitar que ainda não temos testes, para adiantar o trabalho, o que me dizes de logo à tarde passares por minha casa, e começarmos a adiantar as coisas?
- Sim, pode ser... - Respondo. 
Isto está mesmo a acontecer não está?

Nessa tarde

OK, isto é pior do que eu pensava, estou à porta de uma casa estupidamente grande e luxuosa. Além de ser beta é também rica, vejam bem, um mal nunca vem só. 
Algum tempo depois de tocar à campainha, eis que a porta se abre e para minha surpresa, não é a Barbie que me abre a porta, mas sim uma versão assustadora de olhos inchados, lágrimas no rosto e cabelo preso no topo da cabeça.
- Desculpa, entra... - Disse ela tentando disfarçar. 
Confesso que tentei ignorar, não me queria meter na vida dela, mas quando a vi sem aquele brilho habitual, tão humana e menos protótipo de boneca fiquei verdadeiramente com pena.
- Hum... Hum... Quer dizer... Hum... Estás bem? 
- Sim. - Respondeu ela.
- Suponho que seja então habitual estares nesse estado quando não estás em publico...
- Não, mas não é nada... - Disse ela sem me fitar.
- Olha que não me queiras contar é uma coisa, agora não insultes a minha inteligência ao dizeres que não é nada... Se quiseres podemos fazer o trabalho noutro dia, e vais falar com as tuas amigas a Nancy e a Stacy... Ou seja lá qual é o nome das amigas da Barbie.
- Não posso, elas não iam acreditar em mim...
- Então e um psicólogo... Tens pinta de quem recorre a um!
- Não ia servir de nada... - Choramingou ela. 

E pronto desatou a chorar. 
Senhoras e senhores, depois do sucesso da Barbie que fala, da Barbie sereia, da Barbie médica, eis que chegou a Barbie chorona!
- Hum... Bem... Hum... - Não queria nada fazer isto, mas cá vai. - Posso ajudar?
- Bem, amanhã quem ainda não sabe, vai saber. - Disse ela agarrando-me pela mão e arrastando-me para o quarto dela, que surpresa das surpresas não era cor-de-rosa! Era apenas roxo! - Como sabes o Nelson, o meu namorado está em casa adoentado, e ontem à noite fui levar-lhe alguns apontamentos para ele estudar. Hoje ele andou a espalhar na escola que eu fui lá para termos relações sexuais e está a inventar muita coisa detalhada que não aconteceu.
- E não aconteceu?!
- Não! Eu ainda sou virgem! E não queria este tipo de boatos à minha volta... Sei que não passo essa imagem, mas é tudo fachada... - Chorou ela, estranhamente não só acreditei nela, como me identifiquei com ela.
- Acho que tenho um plano para resolver essa situação. - Sorri para ela quando me fitou com os olhos cheios de esperança, pedi que me contasse detalhadamente os boatos.
- Qual é o teu plano?

Dia seguinte

É incrível como um boato voa numa escola, é ainda mais incrível como outro boato voa ainda mais.
- Edu, já sabes o que andam a dizer sobre a Ana? - Perguntou o Artur.
- Qual das partes? - Pergunto com um sorriso.
- Então acho que a Ana foi para a cama o Nelson, mas alguém ouviu a Ana a comentar na casa de banho que ele tipo... Não levantou, estás a ver? Que ele é impotente!
Faço uma cara de choque, como se estivesse verdadeiramente surpreendida. 
- Não me admira! Quem fala muito acerta pouco! - Exclamei rindo, ao longe toda a gente comentava e se ria à passagem do Nelson.

Alguns dias depois, dia da apresentação do trabalho

- Ao longo da história, é usual vermos várias culturas e sociedades unirem esforços pelo um bem maior. A verdade é que normalmente as pessoas diferentes se completam e por isso essas uniões resultam bem. - Explico eu já a em forma de resumo.
- Eu e a Eduarda não tínhamos mesmo nada em comum... Ou pelo menos era o que ambas pensávamos até descobrirmos que ambas somos muito boas a criar verdadeiras histórias! - Rematou a Ana rindo.

Atualidade

E foi assim que o Nelson nunca mais (pelo menos daquele ano e no seguinte) recuperou a sua imagem de macho alfa, e que eu e a Ana nos tornamos amigas. 
E ainda dizem que não se aprende nada na escola."

 

Se ainda não leram...

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13 Comentários:
Às 5:29 da tarde, janeiro 19, 2019 , Blogger Matilde disse...

Hehe :)
Bom fim de semana;)
Beijinhos
https://matildeferreira.co.uk

 
Às 7:42 da tarde, janeiro 19, 2019 , Blogger Catarina Ferreira disse...

r: obrigada, bom fim de semana :)

 
Às 9:18 da tarde, janeiro 19, 2019 , Blogger Edum@nes disse...

Pensas em reviravoltas,
vê lá se não te enganas
nas trocas e baldrocas
tenhas bom fim de semana!

 
Às 9:39 da tarde, janeiro 19, 2019 , Blogger Andreia Morais disse...

Há pessoas que nos parecem improváveis de entrarem na nossa vida, por serem, aparentemente, muito diferentes de nós. Mas, muitas vezes, quando não lhes fechamos a porta, acabamos por ser surpreendidos :)

 
Às 11:10 da tarde, janeiro 19, 2019 , Blogger Unknown disse...

Tenho andado muito afastado dos blogues, mas fiquei entusiasmado com este teu projecto. Parece ser muito interessante!
Vou começar a ler do principio para ficar actualizado com a história!
Parabéns por esta iniciativa!

https://ummarderecordacoes.blogs.sapo.pt/

 
Às 9:44 da manhã, janeiro 20, 2019 , Blogger Larissa Santos disse...

Gostei da história... :)) Obrigada

Hoje:- Na incerteza da minha alma abandonada

Bjos
Votos de um óptimo Domingo (:

 
Às 10:15 da manhã, janeiro 20, 2019 , Blogger Teresa Isabel Silva disse...

Tens toda a razão, e por saber isso é que achei que seria engraçado a Ana e a Eduarda se terem amigas desta forma!

 
Às 10:16 da manhã, janeiro 20, 2019 , Blogger Teresa Isabel Silva disse...

Fico feliz que tenhas gostado! Obrigada!

 
Às 10:16 da manhã, janeiro 20, 2019 , Blogger Teresa Isabel Silva disse...

Obrigada eu!

 
Às 10:55 da manhã, janeiro 20, 2019 , Blogger Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Gostei da história minha amiga e aproveito para desejar um bom Domingo.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

 
Às 12:22 da tarde, janeiro 21, 2019 , Blogger Green disse...

Nunca imaginaria algo assim, quero dizer, que foi assim que a Eduarda e a Ana ficaram amigas, gostei.

 
Às 7:20 da tarde, janeiro 26, 2019 , Blogger Ana Freire disse...

Eheheheheh! Oram bem!... Amigas para sempre!... :-)
Mais um capítulo que adorei ler!...
Beijinho
Ana

 
Às 5:01 da tarde, janeiro 30, 2019 , Blogger Quase Cinderela disse...

Adorei! Fez-me lembrar o liceu e as minhas amigas e arqui-inimigas 😁
Fico à espera das reviravoltas.
Beijinhos

 

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