Dizem que
o pai é o primeiro super herói de uma filha.
Pois bem, eu estou totalmente em desacordo com essa frase.
Os verdadeiros super heróis são aqueles que nos mostram a realidade e não aqueles que nos protegem dela. Se foi fácil crescer assim? Não, mas a verdade é que valeu a pena.
Quando eu disse que queria aprender a conduzir, uns anos antes de ter idade para tirar a carta,
ele disse que só me ensinava quando eu construísse o meu próprio carrinho de rolamentos. Não o construí, tirei a carta e
ele ainda é o pior instrutor de condução que tive (apesar de ele ser motorista profissional, é um terrível professor).
Herdei dele a postura autoritária, sou teimosa como ele, aliás sou mais parecida com ele do que aquilo que ambos gostamos de admitir.
Nunca me fez as vontades todas, mas quando foi a Inglaterra em trabalho percorreu os supermercados todos, só para me trazer uma boneca das Spice Girls que faltava na minha coleção.
Deu-me muitos concelhos, mas como acabava sempre por dizer "faz o que entenderes".
Eu fazia o que entendia e as coisas acabavam mal.
Sempre tentou que eu entendesse coisas como mercados bolsistas, ações e cotações, eu nunca percebi nada disso.
Ao fim de uns anos ele calculou que eu era uma mulher das letras e não de números, mas isso não o impede de tentar.
A nossa relação é assim e eu adoro-a.
Parabéns Pai!
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Etiquetas: pai, parabéns, Super Heróis
